segunda-feira, 29 de março de 2010

O TEMPO DAS COISAS

Quando é poeira
Os olhos quase nunca se abrem
A boca range, seca e trava
O peito segue indiferente
Quando é água
Os olhos abrem, fecham, tudo é água
A boca bebe, lambe, lava
O peito molha e segue adiante
Quando é nuvem
Os olhos olham e tentam ver além
A boca nada sente, o nada é vento
O peito abre e segue como antes
Quando é raiva
Os olhos, água, nuvem e poeira
A boca, lava , cospe e trava seca
O peito bate, pula, inflama e lança
Quando é amor
Os olhos brilham, molham, lançam luz
A boca beija, chama, pede e seduz
O peito perde o passo, é a sua cruz.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Narol, Hemik e Fahal



Eles nasceram no mesmo bairro e estudaram na mesma escola. Todos tinham a música viva e pulsante dentro de suas casas. A mãe de Narol tocava um raro bandolin de três cordas, invenção do seu pai Nabuco Sibemol, um gênio. Hemik era filho Heitor e Miraflores, crooners famosos em Buenos Aires durante mais de vinte anos. Fahal, filho de Jocelo e Sistemildes herdou a destreza musical dos pais, violoncelistas virtuosos.
Montaram uma banda, Eniéfe e os Hagás. Pegaram todas as meninas do colégio (Narol, a vocalista, pegava as meninas mais gostosas). Depois de dois anos de muito sexo, chicletes e rock´n´roll, foram convidados para o famoso e concorrido programa de entrevistas da suculenta e disputada jornalista Serelha Oldirrart. A catastrófica entrevista que minou a carreira da promissora banda, transcrita a seguir.
Serelha: Olá, garotos! Menina, você é muito bonita pessoalmente!
Narol: Humpf!
Serelha: Que instrumento mesmo é aquele que você toca?
Narol: Moringa
Serelha: Moringa?! E como se afina um instrumento de barro?
Narol: Com argila
Serelha: Sua mãe era bandolinista?
Narol:Sim
Serelha: Me conte sobre isso, que interessante!
Narol: Ela tocava bandolin.
Serelha: Sei. Vocês são já se pegaram uns aos outros?
Narol: Já. Certa vez o Hemik acertou o olho esquerdo do Fahal.
Serelha: E de onde vêm esses nomes tão... sui gêneris?
Fahal: Do mesmo lugar que o seu.
Serelha: Hemik, como é o nome deste instrumento que vocêêê...Toca?
Hemik: É bongô.
Serelha: Mas bongô não é aquele instrumento que têm dois pequenos tambores um ao lado do outro?
Hemik: Esse é tribal.
Serelha: E veio de que tribo?
Hemik: Não sei, mas o cara que me vendeu disse que era tribal.
Serelha: E quando custou?
Hemik: Nada.
Serelha: Mas você não disse que uma pessoa te vendeu.
Hemik: Vendeu, mas eu não paguei.
A essa altura, a platéia estava entre explodir de riso por dentro e abandonar a gravação.
Serelha pergunta o que querem beber.
Fahal responde: Bebida.
Serelha: Alcóolica?
Narol: E ácida.
Serelha: E o seu instrumento Fahal, como se chama?
Fahal: Violão
Serelha: Por favor, violão tem um bojo.
Fahal: Este também tem, mas eu não trouxe.
Serelha: Bem, vocês vão tocar o que pra gente?
Os três respondem em uníssono: P_ nh_ ta!
Nunca mais venderam um show sequer.
Narol virou mulher e se casou com um luthier esquizofrênico de Congonhas, Hemik tornou-se professor de gamelon (instrumento que ele inventou) teve dois alunos. Um dia, um deles anunciou na web que mataria Hemik porque ele era um deus e não poderia estar entre nós. Ele usou um formão. Fahal ainda tenta carreira solo tocando seu violão nas barracas de praia de Carinhanha. Suas letras, dizem, não diz coisa com coisa. A única canção alheia que ele toca é Plunct Plact Zum do Raul Seixas.
Essa é mais uma história do Rock´n´roll!
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Na foto com o avô, o padrasto no meio, a pequena e simpática Narol.
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ilustração pescada na web. autor: Windy

A N I M Ô M E T R O

Aqui, você que é candidato no concurso do Leoni, mostra com está o seu ânimo em relação ao mesmo e vê como está o ânimo dos seus concorrentes.




HÁ MÚSICAS MELHORES QUE A SUA?

MAIS DA METADE

PELO MENOS TRÊS

UMAS DEZ

NÃO VI. O MEU É GENIAL! UM ACHADO!

TÔ MORRENDO DE VERGONHA












sábado, 13 de março de 2010

V í c i o


V i c i o – P e p e D o n a to


Você perdeu o viço

E o endereço

Correndo riscos

O mesmo velho corpo todo avesso

Já pede arrego

Não tem mais preço

Nem compromisso

Você não sabe se quer ser aquilo

Ou se quer isso

Mais um tropeço

E o mesmo vício

Um dia você acha o recomeço

E dá um sumiço

Tão sem apreço

Vira um caniço

E volta ao berço.

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ilustração pescada na web - autor: Ahmed Almuqbali

quinta-feira, 11 de março de 2010

CANDIDATOS DISCUTEM AS DIRETRIZES DO CONCURSO DE COMPOSIÇÃO


Enquanto seu lobo não vem, nos reunimos ontem para discutir sobre o que fazer no caso de alguém tentar tirar este concurso de nós. Na foto oficial do congresso, eu, o Rapha Saddy, Alemão, Nuno, Geovanni, Julian e Grilo (o Grilo tá...glupt) e outros.
Engraçado é que as mulheres não compareceram.

segunda-feira, 8 de março de 2010

OS CANDIDATOS SE ENCAMINHAM PARA A FOTO OFICIAL

LETRA DE LEONI, MÚSICA DE... PEPE DONATO

O Leoni implicou comigo! Pois não é que o cara deu de promover outro concurso!!!!
Pra um compositor de gaveta como eu, que vive sonhando com uma possibilidade dessas, essa notícia é uma bomba!! E agora? O que será de mim?
Bem, ele lançou o desafio e eu já fiz a encomenda. Resta saber se desta vez eu vou mandar bem como da outra e chegar entre os finalistas. Peço aos amigos que torçam e votem (essa é a parte mais difícil) para que eu consiga realizar este, digamos, sonho!
Na foto, os candidatos rumo ao paredão fatal. O candidato se exibindo para a câmera é um tal de Rau, Nuno Rau. Eles são parecidos, mas sou capaz de reconhecer cada um.
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A gravação de "O CIUME NÃO COMPENSA II" está a caminho. Aguardem!