sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ainda temos uma lagoa?

Tenho trinta e poucos anos.
Na minha memória estão guardadas todas as alegrias da minha vida relacionadas à minha terra natal. Entre elas a de ver, todos os anos, a Lagoa da Espera "sangrar". Todo morador ia, cedo ou tarde, ver a água vencer o sangradouro. Alguns iam ainda debaixo de chuva e contemplavam a correnteza enquanto teciam comentários a respeito da chuva, dos peixes, da resitência da barragem etc.
Este ano (2008) faz cinco anos que a Lagoa não sangra. Tenho certeza de que os "Da Lagoa" como eu sentem no coração este castigo da natureza.
Ouvi absurdos como o de que a culpa seria dos vereadores (?). Mas como? Como alguém pode pensar isso? Quer dizer que Luciano e Neto são culpados pela escassez de chuva?!?!
Minha Nossa! O idiota que levanta uma calúnia dessas deveria ser processado e ainda levar uns cascudos. A culpa não é de vereador nenhum, nem é de São Pedro, nem é de Deus.
A culpa é da natureza que age e reage de acordo com os tempos e com o que homem faz com ela. Portanto, a culpa é do homem também. Há milhões de anos o homem usa e abusa da natureza e ela reage.
Nos últimos anos conversei com diversos especilistas e palpiteiros sobre o tema "Escassez de Chuva" e cheguei à seguinte conclusão: Existem ciclos de estiagem que duram 5, 10, 18, 25 anos (sem exatidão). Estaríamos vivendo um ciclo desses desde o início dos anos 90. Este ano choveu em setembro, algo que não acontecia há 8 ou 10 anos. No ano passado a chuva veio apenas no dia 22 de novembro.
Ouvi dizer também que a Lagoa não tem enchido porque a água que entrava pelas ruas do antigo campo de futebol foram desviadas. Ora! O volume de água que passava ali não era nem um quinto do que entra pelo riacho que vem da serra.
Certo é que não choveu mais o suficiente para fazer sangrar a nossa Lagoa. Assim como não sangra há anos a barragem de Ceraíma e outras pequenas da região.
Mais: Na Lagoa existiam minadouros que não existem mais. Por que? Porque os lençóis freáticos (depósitos subterrêneos de água) não têm mais o mesmo volume e força de antes pelo mesmo motivo. O nível pluviométrico diminuiu nos últimos anos é o desmantamento completa a tragédia. Aí, voltamos ao homem: É o homem que demata. É o homem que destrói.
O que pode ser feito? Resposta: Pouca coisa além de uma grande mobilizãção em torno da questão. Criticar não resolve. Postar comentários no Blog não resolve. Culpar os políticos não resolve.
Penso (não sou engenheiro ambiental) que reflorestar a mata ciliar do riacho (para diminuir a erosão e assoreamento) e fazer uma limpeza grande na lagoa (um trabalho gigantesco e caríssimo) além de circundar a lagoa de árvores, muitas árvores, poderia talvez amenizar a situação. Mas quem vai resolver a questão é mesmo a mãe de tudo isso. A natureza.

Um comentário:

Unknown disse...

aldeia dos artitas - uma noite bakana, superou minhas espetativas, to feliz demais, realizada, valeu a pena, ano q vem tem mais...